O Brasil se prepara para enfrentar a primeira grande onda de frio de 2025, com previsão de temperaturas negativas, neve em regiões serranas e a formação de um ciclone extratropical. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu alertas para várias regiões do país, especialmente no Sul. O fenômeno deve impactar o clima a partir do final de maio e se estender pelos primeiros dias de junho.
Segundo o Inmet, a massa de ar polar que avança pelo continente é uma das mais intensas já registradas nos últimos anos para o período. As temperaturas mínimas devem cair abaixo de 0°C em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com possibilidade de neve nas áreas mais altas da Serra Gaúcha e Catarinense. Além disso, o encontro dessa massa polar com sistemas de baixa pressão no oceano pode gerar um ciclone extratropical, trazendo ventos fortes e chuvas volumosas para parte do litoral.
O cenário preocupa as autoridades e moradores das regiões afetadas. A Defesa Civil já está em estado de alerta para o risco de deslizamentos, alagamentos e quedas de energia. Em algumas cidades, especialmente nas zonas rurais, agricultores estão adotando medidas emergenciais para proteger plantações e animais contra geadas severas, que podem prejudicar lavouras e a produção leiteira.
Especialistas destacam que eventos como esse, embora não sejam inéditos, têm se tornado mais frequentes e extremos. Isso pode estar relacionado a fatores climáticos globais como o El Niño e às mudanças climáticas em curso, que têm alterado padrões tradicionais de temperatura e precipitação. “Estamos vendo fenômenos típicos de inverno ocorrerem de forma antecipada e com maior intensidade”, explica uma meteorologista do Inmet.
Regiões Mais Afetadas
A frente fria deve impactar principalmente os estados do Sul do Brasil, mas também atingirá áreas do Sudeste e Centro-Oeste. No Rio Grande do Sul, cidades da Serra como Gramado, Canela e São José dos Ausentes devem registrar mínimas próximas de -2°C. Em Santa Catarina, municípios como Urupema e São Joaquim têm chance real de registrar queda de neve, especialmente durante a madrugada.

No Paraná, cidades como General Carneiro, Palmas e Guarapuava também terão temperaturas muito baixas, com possibilidade de geadas amplas. Já em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, os termômetros podem registrar mínimas entre 3°C e 7°C, com sensação térmica ainda mais baixa por causa dos ventos frios trazidos pelo ciclone.
No litoral sul do país, as rajadas de vento poderão ultrapassar os 80 km/h, exigindo atenção redobrada para embarcações, pescadores e moradores de áreas costeiras. O mar agitado também deve trazer ondas altas, e há alerta para ressacas em pontos do litoral gaúcho e catarinense.
As autoridades recomendam que a população acompanhe os boletins meteorológicos e siga as orientações da Defesa Civil, principalmente nas regiões de maior risco. A recomendação é redobrar cuidados com a saúde, evitar exposição prolongada ao frio e proteger idosos, crianças e animais domésticos.
Frio Antecipado e Impactos Climáticos
A chegada antecipada dessa onda de frio intensa chama atenção dos meteorologistas. Em vez de ocorrer em junho ou julho, como é mais comum, o fenômeno se adianta em algumas semanas e já provoca impactos no clima e na agricultura. A expectativa é que o mês de junho registre temperaturas abaixo da média histórica em grande parte do país.

Esse padrão pode estar ligado ao El Niño, que altera a circulação de ventos e a distribuição das frentes frias no Hemisfério Sul. O fenômeno também é influenciado pelo aquecimento global, que tem contribuído para eventos extremos mais frequentes — tanto de calor intenso quanto de frio rigoroso.
Outro fator de destaque é o ciclone extratropical previsto, que intensifica os efeitos da frente fria ao gerar instabilidade atmosférica. A combinação desses elementos torna a previsão mais severa e requer atenção especial das autoridades, sobretudo nas áreas mais vulneráveis a alagamentos e vendavais.
Além dos impactos meteorológicos, o frio intenso também traz efeitos sociais e econômicos. Pessoas em situação de rua, populações ribeirinhas e comunidades de baixa renda são as mais afetadas. Por isso, campanhas de doação de agasalhos e cobertores têm sido intensificadas em várias cidades.
O Que Fazer e Como se Proteger
Diante da previsão de frio intenso, possibilidade de neve e ciclone, especialistas recomendam uma série de cuidados. Em casa, é importante verificar a vedação de portas e janelas, manter roupas térmicas e cobertores à disposição e evitar o uso de aquecedores de forma inadequada, para não provocar acidentes.
Nas ruas, quem precisa se deslocar deve se agasalhar bem, usar luvas, gorros e evitar exposição prolongada ao vento gelado. Para os animais domésticos, recomenda-se abrigo e alimentação adequada para suportar as baixas temperaturas.
A Defesa Civil também orienta os moradores a acompanharem os alertas em tempo real, que podem ser acessados pelo site do Inmet ou por aplicativos oficiais. Em casos de emergência, o número 199 está disponível para atendimento.
A previsão é de que a frente fria perca força a partir da segunda semana de junho, mas até lá, o Brasil viverá dias marcados por temperaturas extremas, neve em pontos isolados e fortes rajadas de vento nas áreas litorâneas. A recomendação é redobrar os cuidados e se manter informado para evitar riscos à saúde e à segurança.