A China lançou um foguete transportando os primeiros doze satélites do seu futuro supercomputador espacial, marcando o início do ambicioso projeto de computação em órbita chamado “Star Computing”. Desenvolvido pela empresa Guangxi Aerospace em parceria com outras instituições, o projeto promete revolucionar a indústria aeroespacial.

Esses doze satélites compõem o primeiro grupo da chamada “Constelação de Computação de Três Corpos”, uma infraestrutura inovadora concebida pelo Laboratório de Zhejiang, parceiro-chave da missão. A constelação é planejada para abrigar milhares de satélites que juntos oferecerão capacidade computacional na ordem de um quintilhão de operações por segundo.

Para se ter uma ideia, um notebook moderno realiza entre 10 e 100 bilhões de operações por segundo — o supercomputador espacial terá um poder cerca de 10 milhões de vezes maior. Além disso, contará com um armazenamento de 30 terabytes, inteligência artificial embarcada e um sistema avançado de comunicação entre os satélites.

Essa tecnologia abre caminho para aplicações revolucionárias, desde processamento de dados em tempo real até avanços em inteligência artificial e telecomunicações espaciais, posicionando a China na vanguarda da computação orbital.

GIF do foguete chines Long March 2D sendo lançado
O foguete era um Long March 2D e saiu do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no oeste da China. (Imagem: divulgação / Guoxing Aerospace)

A Guangxi Aerospace explicou que o código desta missão, “021”, simboliza a transição do zero para o um — indicando que este lançamento representa o avanço inicial, a primeira constelação de computação espacial do mundo.

O sistema está projetado para processar dados em tempo real diretamente em órbita, superando as limitações do processamento tradicional de informações de satélites e impulsionando o uso da inteligência artificial no espaço.

“A construção da constelação ampliará significativamente os limites das aplicações espaciais e terá um impacto abrangente na indústria aeroespacial”, afirmou Wan Jian, diretor do laboratório, em entrevista à imprensa chinesa.

Além dos satélites de computação, o foguete levou um detector de polarização de raios-X, desenvolvido pela Universidade de Guangxi em parceria com a Academia Chinesa de Ciências. O equipamento será usado para estudar explosões de raios gama, um dos fenômenos mais energéticos do universo.

O laboratório planeja lançar uma constelação total de 50 satélites computacionais ainda este ano, embora os próximos lançamentos ainda não tenham sido oficialmente anunciados.