A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, ironizou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao negar que conte com os serviços de um maquiador durante viagens oficiais. A declaração foi dada durante entrevista ao podcast do jornal Folha de S. Paulo, quando foi questionada sobre a presença de profissionais de beleza em sua equipe.
“Não sou dessas, você está confundindo a primeira-dama. É a outra, não sou eu. Às vezes é exaustivo, porque eu mesma passo minha roupa, arrumo meu cabelo… Se tiro os óculos, não enxergo nada, fica tudo embaçado. Como é que vou me maquiar?”, respondeu Janja, em tom bem-humorado.
A referência indireta foi interpretada como uma alusão a Michelle Bolsonaro, que é frequentemente acompanhada em viagens internacionais pelo maquiador uruguaio Agustín Fernandez. Ele esteve presente em eventos marcantes, como a posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, e o funeral da rainha Elizabeth II, em Londres, durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL).
Planos pessoais e recusa à política
Apesar de sua postura ativa no governo Lula, Janja afirmou que não pretende seguir carreira política. Segundo ela, há planos pessoais que ainda deseja realizar ao lado do presidente, com quem foi casada enquanto ele estava preso em Curitiba.
“Não me imagino com uma carreira política. Tudo o que escrevi para o meu marido durante os 580 dias de prisão ainda está por ser vivido. Sonho em termos uma vida juntos, viajar, conhecer lugares. Quando tudo isso terminar, quero pegar meu marido pelo braço e sair por aí com ele”, declarou.
Críticas e repercussões
Durante a entrevista, Janja também comentou sobre os momentos em que foi alvo de críticas por sua atuação ao lado de Lula. Um dos episódios mencionados foi o jantar oficial com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, onde ela teria comentado sobre o TikTok, gerando polêmica nas redes sociais.
Ela negou qualquer quebra de protocolo e defendeu sua postura:
“Não foi quebra de protocolo nenhum. Estávamos em um jantar, conversando. Não entrei gritando numa sala. Quer dizer, eu não posso falar? Não sou um enfeite de porcelana. Lula nunca me disse ‘não fale, fique quieta’. Se ele fosse assim, eu jamais teria me casado com ele. Tenho bom-senso e me considero inteligente.”
Participação ativa com limites definidos
A primeira-dama tem se destacado por sua presença constante em eventos e ações sociais promovidas pelo governo federal. Ainda assim, reforça que sua participação ocorre de forma voluntária e sem ambições eleitorais. “Tenho um papel como esposa do presidente, mas não como figura política. Me envolvo porque acredito no que estamos fazendo, não por vaidade ou interesse pessoal.”
A entrevista repercutiu amplamente nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o papel das primeiras-damas na política brasileira, seus limites e responsabilidades. Janja, ao que parece, continua a construir sua imagem pública com independência, ao mesmo tempo em que defende seu espaço como cidadã e companheira do presidente.